sábado, 2 de janeiro de 2010

Resíduos.

De frente a esse vidro manchado,
Não estou pintando a cara
Nem estou devorando meus traços.
É o silêncio que me guia,
Guia o meu corpo sentado.
Apenas há uma brisa melancólica
Que respinga a minha nuca.
Quatro paredes que cercam
A visão que tenho de mim mesmo.
Talvez esses fungos no espelho
Sejam uma miragem dos meus olhos.
Olhos que admiram suas próprias,
Suas adultas e viris lágrimas.
Admiravelmente incolores.
Talvez esses fungos no vidro,
sejam mais a minha alma.
Que nem se conhece aos detalhes,
Que nunca é centrada em si.
Esfrego espumas no reflexo,
Mas os fungos ganham ampliação.
Qual o sabão que limparia
A sujeira da minha alma?

4 comentários:

Unknown disse...

UAUUUUUU.....ADOREI.!

Bárbara Lino ♥ disse...

Qual alimento serviria para alimentar tu'alma?

É verdade. E bem verdade. As lágrimas, fiéis companheiras, fazem-se lavar os olhos, talvez a mente...

Mas a alma... Ah, esta, decerto, inscreve-se e ao mesmo tempo guia o devaneio das mentes. E assim, traduzem-se pelos olhos, mas apenas para quem sabe enxergar...


Que você enxergue e se ilumine com os sabores - e por que não os dissabores - que as lágrimas podem nos propiciar.

*=)

... disse...

limpar, pra q? [2]
se são as sujeiras que fazem da tua alma ser assim tão linda, se são as marcas que mostram o quanto se entregou à vida, tua alma , mesmo suja, é alva, ti amo.

Fernando" M.Neto disse...

pq tua reflexão te tira de ti e faz olhar-se por fora, reflexamente externo.

gosto de passar por aqui, me faz refletir, nos instiga a isso...
Sabão, sim... acho que o sabão...
Ah...
deixa pra literatura rsponder