terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Alternâncias

No ponto mais sublime da gestação o bebê tão aguardado nasce sem vida. Como será que ele cresceria nesse mundo tão tão perdido? O quanto será que sofreria em meio à hipocrisia?
Não sei, entretanto, imagino.
É como o jovem que se esconde atrás de uma invisível e amarga capa. É como o animal africano, que é resgatado de um insólito circo e levado para um cerco melimetricamente delimitado, onde passará, talvez, o resto da vida sonhando com uma nova liberdade, que nunca passará dos olhos felizes e inocentes de uma criança ao vê-lo. O ancião que tenta mostrar como vencer a um jovem, que é tão inerte e rebelde sem causa como a maioria.
A vida é um dom tão belo e profundo! Não consigo compreender porque tornamos o viver tão irônico e azedo.
Fome, destruição, intolerância, ignorância...como num salgado inspirar, confirmo que é essa a herança que as gerações adultas de ontem, hoje e depois deixam para os que chegam.
E como se todas essas chagas globais não bastassem, ainda ousam em sustentar, com ásperos pilares, um cruel costume: o preconceito. Preconceito tal que acarreta a uma cascata de outros males.
Entretanto, no momento em que chove torrencialmente em meu introspecto, consigo ver a esperança de que aos poucos ainda podemos causar uma doce e melódica mudança.
Desse modo, eu concluo estas linhas (rabiscadas numa aula de edificações!) com um pensamento que em mim aflorou na noite passada. Condição é diferente de opção. Opinião é diferente de fato. Mas, hipocrisia é hipocrisia, é atraso.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Condições

"Liberdade é pouco. O que eu mais anseio ainda não tem nome" Clarice Lispector.
Existem momentos que tudo se torna uma armadilha transtornante nos becos de meu consciente.
Na situação que estou pensar no ato de respirar se torna desgastante. E desestruturado estive de tanto marmamente buscar respostas, explicações e saídas para minhas condições.
O sentir de ter errado que paradoxamente e constantemente ponho em órbita se torna desnecessário, pois o que necessito ter em minha mente é a responsabilidade para viver.
Nas linhas do cotidiano percebo que tudo isso nunca foi, é ou será uma exclusividade minha. Entretranto ao adaptar-me na juventude quero sempre mais não temer em ser diferente do convencional.
Estou apenas na construção de minha trilha e não posso mais abrir possibilidades para as tentações que podem me trazer malefícios, tampouco para as marcas sociais e hipocrisia humana. Pois isto me pertuba, torna meu ar rarefeito, me afasta de Deus, da luz, das pessoas e até das letras.
Assim, vejo com os olhos não carnais que serei amado pelo que eu sou. Sigo então, alimentando a vida com o combustível eficaz que é a prática dos sonhos. Quero afirmar-me de maneira coerente a cada passo e é desse modo que alçarei o que todos necessitamos: a felicidade: o ato de ser livre!