terça-feira, 2 de junho de 2009

Sou meu próprio Dogma

"Rezo todas as noites, pois acredito no amor"
Edith Piaf
De me sentir aprisionado dentro de minha própria alma. Essa é uma angústia que me assola constantemente. A sensação de clandestinidade. O apontamento alheio como se fosse um criminoso se formando gângster na arte de tentar ser feliz, feliz consigo mesmo. Agonia-me o fato de ter que me olhar no espelho e ainda não soar tranquilidade para mim mesmo. Quem me ver por aí, apenas acha que sou um "porra-louquinha" determinado, que não tá nem aí para todos esses preceitos e virtudes. Entretanto, as frestas de luz estão em racionamento. Temo em envelhecer cedo, mas é que são raros os instantes de calmaria.
Ponho-me dentro de um boxe sujo e derramo lágrimas puras que expressam tais tormentos. Sim, pois me repugno contra minha inocência. Confiei pedaços de mim a alguns que não foram fiéis. Há dentre esses, ex-esclarecidos, que hoje temem em apertar minha mão, limitando o seu conceito de amizade a uma janela de messenger. "Intimidade não tem volta", já me disse alguém antes, mas tudo isso é pouco pra lamentar o sentimento de ser uma decepção que jogam e jogarão em mim. Pedras invisíveis me atingem sem o mínimo pudor.
Ainda ali, no boxe de banheiro da escola, me comunico levemente com Deus. Às vezes percebo que toda essa metamorfose seja um dos motivos pelo meu afastamento aparente de Deus. Aparente para os Outros, pois todas as noites agradeço, suplico e peço perdão, pois sou capaz de sentir a misericórdia e a piedade divina todos os dias. O fato é que não quero mais nenhuma religião. Sou o meu próprio dogma. O cristianismo é sublime, mas grande parte dos cristãos o transformam numa fábrica de julgamentos e a última coisa que aturaria é me sentir mal numa igreja.
São tantas leis, tantas igrejas, tantas ordens, tantas seitas. Tanto afastamento, tanta indiferença, tantas palavras vãs. É a infinita busca do homem em se prevalecer diante dos demais. É a falta de reinvenção, de sensibilidade. Não quero parecer um revoltado, não. Respeito toda manifestação, mas é que todo esse escárnio purificador não eleva meu espírito nem um pouco.
Nunca teria a pretensão de querer adaptar as coisas ao meu jeito, logo apenas amadureço com tudo isso, pois a vida vai cada vez mais me mostrando que minha voz lutará ferozmente para ecoar, e que a minoria é delimitada pelo atraso. Assim sigo firme nessa minha inconstância sublime sem nunca me resignar com os desatines impostos , contando com o amor, que segundo me pregaram não condena, mas liberta sem distinções.

7 comentários:

Unknown disse...

"Sou o meu próprio dogma."

Tipo fã, tá ligada!?
Tu arrasa!!!!!!

_
Hermínia

Tobias Farias disse...

"Sou o meu próprio dogma"

*.*

Não importa o quanto estejamos afastados de D'us, ele sempre estará perto o bastante para nos acolher quando precisarmos.

Compartilho de todos seu pensamento,
toda sua visão.
Religiões vem se tornando fábricas de juízes sem diplomas.

E o Messenger, pode diminuir distâncias,e aproximar por todo o dia, mas nada substitui um abraço,
e um 'como vai você'.

Até outra filosofia em linhas.

... disse...

amooooo d+ é meu amigo heim...

a ultima parte vc abalou

amigo da alma

Unknown disse...

Que texto ehehehe!
Pura reflexão da alienação dos dogmas que são impostos pelas igrejas.E a submissão de qualquer "cristão" ao que é dito, e tido como verdade, tipo manual que é lido e não compreendido, mas imposto e não refletido.



ELILSON VC ÓTIMO...

Eduardo Alves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eduardo Alves disse...

Tipo, concordo com muito aí escrito, mas o que tem demais você adaptar uma determinada crença para a sua realidade? Religião nada mais é do que a maneira que você sente o divino. Tenha ele quantos nomes tiver, seja quantas personalidades forem.
Por isso há tanta diversidade cultural e religiosa no mundo. Pelo menos você é verdadeiro na forma de louvar ao teu deus. Quanto mais você se prender a conceitos religiosos estúpidos como os do cristianismo, mais atrasado você estará. Pensa nisso,ta?

Eduarda Ramos disse...

muito foda.