domingo, 3 de agosto de 2008

Notas Vagas

Você marcou minha alma como um bicho geográfico e quase me deixei ser devorado por completo.
Até pouco tempo ainda bebia as últimas gotas dessa paixão infame. Pois eu anseiava ressentir teu sorriso, repensar o sabor de teus beijos e quem sabe mergulhar em caminhos mútuos. Mas a realidade me declara que não quebraremos novamente a barreira dos limites.
Te vejo feliz e sinto uma alegria confusa. E enquanto eu torço por vocês, estou me dando uma chance de ser feliz.
Emplantastes em mim a inocência de teu veneno, e eu, talvez, não tenha deixado nem uma marca relevante em teu ser.
Este sentimento é um despautério iluminado. Mesmo com toda certeza de que um ponto final foi dado, ouso em querer vírgulas e ainda guardo a caixinha branca como me pedistes.
Nesse romantismo efêmero eu despejo meu estado atual, pois a mão que pronuncia tais palavras é a mesma que une os laços. Os lábios que silenciam as dores são os mesmos que provam da tentação. As pernas que caminham nas ruas são as mesmas que compõem a marcha solitária. Os olhos que encantam horrores são os mesmos que destroem amores.
E o canto que embala a serenata de risos é o mesmo que se recolhe no escuro a cantarolar o pranto das coisas.

7 comentários:

Alma de Violeta disse...

qdo se escreve com a alma da nisso ai, texto lindissimooooooo, sabe q qdo li senti tanta verdade no q vc estava dizendo q até me emocionei, louco isso, tb escrevo só ñ tenho coragem de mostrar, talvez um dia xegue nessa fase de deixar alguém vêr, ou melhor lêr.

Unknown disse...

Adorei o texto, Elilson! (novidade)
As coisas são confusas demais neste plano. Ainda não me acostumei com essa "contradição" que compõe tudo por aqui... Às vezes é difícil definir nosso estado emocional atual. Romantismo efêmero... Quem não deseja eternizar as coisas boas?
Mas, está além de nós. Então, guardemos conosco os bons momentos, o aprendizado, a experiência, tentando não desejar POSSUIR ninguém, engrandecendo o auto-conhecimento, evoluindo... Vivendo!

É isso!
Continue! Preciso de tuas palavras, amigo!
Abração =)

Fernando" M.Neto disse...

tomaste uma decisão tua: não é fácil arrebatar-se de um amor, muito menos esquece-lo.

Nos centimentros osculatórios de teu texto com o romance em poética prosa, estava-nos a admirar essa façanha de mesmo decepcionado, mesmo acanhado sem entender o que se passa:cumpriste teu dever.

Mas que laborioso claustro pontuado, cheio de significado, trampeados em tuas rimas e façanhas...
Ah, amigo...
quisera nós entender por completo todas as estrelas deste universo literário teu.

Abraço,
estive por aqui,
continuarei, sempre...

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Elilson, teus escritos são fantásticos. Incrível como eu sempre me encontro neles, sou eu, é minha alma, meu corpo, meu interior, meu ponto fraco, meu segredo. Minha alma fica gelada quando eu te leio. Você fala algumas verdades que minha vaidade teima em esconder, é um soco no estômago, que medo.
Tuas palavras têm vida e a elas eu me rendo.
Ontem eu mandei uma mensagem para o teu cel. Perguntando se você conhecia Augusto dos anjos e pedindo pra você ler “versos íntimos”:
*
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
*
E hoje te encontro aqui tão fantástico quanto Augusto. Fico travada no comentário, não entendo esse meu medo de comentar, de gritar o que eu sinto, acho que a vida me ensinou a calar.
Por que ousamos em querer vírgulas, amigo? E ainda por cima temos a certeza de que apesar de TUDO nós sempre vamos insistir nelas. A coisa mais difícil é varrer tudo, colocar pontos, não fomos feitos para isso, não estamos aqui para isso, eu acredito da eternidade e quero muito conhecê-la. Utopia? Pode até ser, eu preciso dela.


"Quero, arrancado das prisões carnais, Viver na luz dos astros imortais” Augusto

Tuas palavras são mágicas, e magia é eterna, então até pra sempre, meu mistério!
Te amo!

Cíntia Alves disse...

Texto muuitooo bom!!Envolvente.
No finzinho dá p/ perceber uma certa 'tristeza',mas pior do que silenciar as dores é ñ conseguir da voz ao coração!
Continue a escrever.
Fica na Paz.