terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Alternâncias

No ponto mais sublime da gestação o bebê tão aguardado nasce sem vida. Como será que ele cresceria nesse mundo tão tão perdido? O quanto será que sofreria em meio à hipocrisia?
Não sei, entretanto, imagino.
É como o jovem que se esconde atrás de uma invisível e amarga capa. É como o animal africano, que é resgatado de um insólito circo e levado para um cerco melimetricamente delimitado, onde passará, talvez, o resto da vida sonhando com uma nova liberdade, que nunca passará dos olhos felizes e inocentes de uma criança ao vê-lo. O ancião que tenta mostrar como vencer a um jovem, que é tão inerte e rebelde sem causa como a maioria.
A vida é um dom tão belo e profundo! Não consigo compreender porque tornamos o viver tão irônico e azedo.
Fome, destruição, intolerância, ignorância...como num salgado inspirar, confirmo que é essa a herança que as gerações adultas de ontem, hoje e depois deixam para os que chegam.
E como se todas essas chagas globais não bastassem, ainda ousam em sustentar, com ásperos pilares, um cruel costume: o preconceito. Preconceito tal que acarreta a uma cascata de outros males.
Entretanto, no momento em que chove torrencialmente em meu introspecto, consigo ver a esperança de que aos poucos ainda podemos causar uma doce e melódica mudança.
Desse modo, eu concluo estas linhas (rabiscadas numa aula de edificações!) com um pensamento que em mim aflorou na noite passada. Condição é diferente de opção. Opinião é diferente de fato. Mas, hipocrisia é hipocrisia, é atraso.

4 comentários:

DAYSE LIMA disse...

Mas uma vez você vem com temas de alta relevância na vida dos adolescente e porque não dizer de todos.
O tipo de vida que se leva e as atitudes que cada um de nós tomamos
e tudo que ela proporciona a quem se coloca em nossa volta.
Tomar decisões não é um simples gesto de fazer algo ou dizer sim a alguma coisa, é muito mais que isso,é ter convicção do ato que está se tomando para que no futuro isso não venha a prejudiar outras pessoas e até nós mesmos.
Então pensemos muito antes de tomar qualquer atitude para que assim quem sabe o mundo se torme mais habitavel.
PARABÉNS amigo por mais uma conquista.
ass:Dayse Rafaele

suelen disse...

Muitas vezes nos pegamos a pensar,pq tivemos a infelicidade de nascer?Pq não ser um natimorto?Será essa a melhor saida?Bem,acredito que não todos nós nascemos com um proposito,proposito esse que só será exercido ser vivermos cada segundo de nossas vidas,sentindo o frio da desgraça e da hipocresia que habita esse mundano espaço.O que adiantaria se passassemos pela vida e não sofressemos?São esses infortunios que nos fazem ser + forte para lutarmos pelo que queremos,escolhermos a melhor saida ,exercer o que aprendemos em td nossa vida.O mundo é uma escola onde os instrumentos usados não são lapis e papel e sim nossos proprios sentimentos.Isso não nos faz baixar a cabeça para esses problemas muito pelo contrario devemos lutar a cada dia por um mundo melhor,onde essas diferencias fiquem bem menores e fazendo com que a cada dia adquiramos melhores experiencias nos tornando cidadãos bem + criticos.Porém não podemos generalizar como vc msm disse Condição é diferente de opção,não adianta passar pela vida e não viver...assim não poderiamos ser conceituados seres humanos.


Por isso viva!
Luz!
Continui...

Ass:Suelen...

Anônimo disse...

“Enquanto houver burguesia não pode haver poesia”

Viva a poesia que você faz! Viva a poesia que ainda existe!


Mais uma vez me remeteste ao grande Cazuza...
Escrevo com o coração apertado e com as mãos atadas diante da dura realidade que meus olhos, meus tristes olhos, presenciam. É complicado ver o mundo como ele tá, ver os EUA investindo bilhões e bilhões em guerras por petróleo (e o mais engraçado é que petróleo não se come) e milhões de pessoas morrem de fome, e o mundo sem educação, e as crianças se prostituindo e e e, e tanta coisa que eu nem quero falar, falar não adianta mais, chega de tanto blábláblá, façamos a revolução, vamos sacudir, gritar! Temos que cortar a raiz do mal. Esse teu texto, é um convite, é um chamado, é uma ordem, eu sinto o mesmo que você sente, eu vejo o que você ver, eu não agüento mais! Até quando vamos ficar “deitados eternamente em berço esplendido” ah... Pra mim chega!

Camila disse...

Quando verdadeiramente se dá um ponto de partida no sentido da vida humana, descobre-se que há um motivo de ser quem se é. Tem que se saber o lugar certo de buscar as respostas, que na maioria das vezes está dentro de nós mesmo. As dúvidas são traidoras. Não entender como a vida funciona deveria ser mais um motivo de tentar entender a si mesmo, buscar mais a Deus, e aprender a jogar bem com as cartas que se tem na mão. A vida é indivisível e viver faz parte da cena a que fomos sujeitos.
Nada é por acaso. Lógico que o questionamento é inevitável, mas direção que devemos escolher depende única e exclusivamente de nós.
A sociedade hipócrita, cheia de males e preconceitos é feita por seres humanos incompletos. Deve-se olhar além do que se vê. O seio desses tormentos vem de dentro. Não existe uma fórmula milagrosa que acabe com isso. É algo ainda maior. É profundo demais pra falar. É difícil de entender e aceitar. Intenso demais pra expor.
...Essa é a vida que não conseguimos notar.
De uma coisa se sabe: é a falta de amor.

É filosofia introspectiva.

“Muito custa ao homem revelar-se mau, até aos seus próprios olhos; e não se atrevendo, faz-se hipócrita.” (Jaime Balmes).

Abraços.