quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Parelha



(Dedicado, também, à Analice Croccia)

É da graça de ter alguém que você possa parar na beira da calçada e olhar indo de costas ponte adentro, acima, abaixo, envolto pelas margens do canal-rio, pela fachada do São Luiz, pelos ônibus, pelas pessoas, pela algazarra suave da noite, pelo cansaço vibrante da lua que logo mais tem de virar sol. É essa graça de estar intacto na beira da calçada, com o olhos focados naquele corpo-alma celestial, tendo a certeza de que vai virar umas quatro, cinco, tantas vezes na geometria-percurso da ponte, sorrir, balbuciar palavras de longe e responder aos corações formados com os braços na cabeça ou com as mãos na altura do peito.
É da bênção de ter um sorriso para beijar. É da sorte de ter alguém que o desperte da sonolência interminável das manhãs para que seu dia possa começar. É do estado de paz imensurável que se sente quando unido: por um olhar, um sorriso, um toque, um abraço, o mundo parece estar em suspensão. É da dádiva de ter fotografias pulsando dentro do peito. A inefável arte de fotogr-amar.
Alegria seria pouco. Essa graça-bênção-sorte-estado-dádiva só poderia ser Felicidade.

9 comentários:

nilton leal disse...

e acontecimentos como esses fazem com que se acredite na felicidade, mesmo.
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caramba, que coisa linda!
como já disse por aqui, outro dia: tens o poder de transpor sentimentos em palavras de um modo que não me recordo ter visto antes.
sinto-me privilegiado em poder ler algo tão belo.
e mais ainda: sinto-me privilegiado.. sabes bem o porquê.

coração sorrindo, bobo com o texto.
parabéns, senhor elilson!
parabéns!

.analice disse...

Nossa... Eu tô no meio disso é? Que felicidade! Pra esse texto nem tenho palavras. Só um sorrisão daqueles bem graandes que vem do peito, meu amigo. Minha parelha querida...

Natani Lima disse...

Você sabe descrever o amor. E sabe aproveitar o amor. Sabe ter o amor.

Cleyton Cabral disse...

Lindo.

Unknown disse...

Ahhh, apaixonante!
Felicidades, meu amigo!
Que os bons sentimentos se multipliquem a cada dia!

Que saudade!
Abração!

Fernando" M.Neto disse...

Espera, expect-ator, que passa, e lê, esta po-elilson-sia.

Divide um pouco deste dom com os amigos.
Div-id-ir. Embora.

Eduardo Henriques disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eduardo Henriques disse...

Eli,

Que bela descoberta foi esta tua escrita tão emaranhada de sensibilidade e ternura.
A felicidade nos passos banais da vida. A vida pelos momentos mais banais. A banalidade como o mais supremo dos momentos.


Estamos prontos para pôr no altar aquilo que é banal? Talvez por isso tantos são infelizes.


Doravante, far-te-ei visitas frequentes, meu caro! Apaziguar-me e deleitar-me com a tua escrita. Um ator-poeta.

Grande abraço!

Fica com Deus, querido!

Tempo Temporã disse...

Poxa, Elilson. Muito sensível esse texto. Nada melhor mesmo que essa forma leve de amar.