sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Dias de Maioridade

Se cheguei até aqui, devo pois comemorar. Render-me ao samba que a vida propaga. Deixar o meu corpo cair de bamba no gingado do ar.
Anunciem aos cantos a minha passagem. Joguem luz na entrada desse ciclo. Celebro dias de maioridade, os primeiros. E se por um acaso subirem ao Morro, incluam os meus caminhos em suas preces à Conceição.
8 de Dezembro. Uma película que se projeta na frente dos meus olhos. Respiro alegria. Agradeço aos céus a oportunidade de confirmar a vida.
Agora estou adulto para o mundo, mesmo que o tenha sido sem nomeações por inúmeras vezes abaixo dos Dezoito. Sinto um frio no dorso ao pensar nos dias que virão ao mesmo tempo em que alcanço mais um digno passo na pirâmide de vidro que desenhei aos 7. Maioridade é mais um título que inventam. Mas, já que não tive uma oportunidade clara de apresentar-me como criança ou jovem, permita-me que me coloque como Adulto.
Prazer, sou um adulto que vive um mundo mágico no banheiro. Sou um adulto errante que andarilha introspectivo pelas ruas da cidade. Sou um adulto que vez ou outra se levanta na madrugada e vai dormir na cama dos pais. Sou um adulto que cultiva solenemente a nostalgia. Sou um adulto de alterações sentimentais, um adulto que talvez não cruzará com o aspecto linear, graças aos céus! Resumindo, sou um adulto que habita o território da melancolia, mas que ama viver, ama tagarelar e gargalhar no dia-a-dia. Se continuar essa apresentação, acabarei me limitando aos seus olhos e aos meus, pois há inúmeras coisas que ainda não sei sobre mim, mas o que conheço é sólido. Firme que nem minha personalidade.
À medida em que vou cruzando os degraus da pirâmide de vidro, minha pele vai ficando mais apta, vai adquirindo força. É nítido que os termos que irei adquirindo nem trarão tanta diferença. Nesses primeiros dias como Adulto, sou o mesmo jovem, o mesmo Menino. Não o mesmo, melhor dizendo, sou Renovado e assim continuarei.
Não vou separar os argumentos que estão nas minhas mãos espalmadas dos empecilhos nas solas dos pés. Não irei esquivar o doce labor que poderei sentir num passo, do amargo tédio que poderei encontrar no outro. Quero ter a graça de fazer da minha voz, do meu olhar, do meu corpo, da minha mente instrumentos de Luz, de Sensibilidade e de Arte. Necessito criar os meus compassos. Ser um agente pela Arte.
Há uma grande estrada a ser escrita, seja minha vida curta ou longa, vejo que a estrada é grande. Há incontáveis almas a serem lidas e reproduzidas.
Acolham-me, então, nessa nova fase do ciclo. Abram a roda, aumentem o volume da música e arriscarei alguns passos bambas nesse samba melódico, batucado pela vida.

5 comentários:

maybe disse...

I'm appreciate your writing skill.Please keep on working hard.^^

Eduarda Ramos disse...

Elilson!
Cada um tem uma visão de si, mas o que eu vejo em você é... enigmático.
Saiba sambar nessa nova roda. A dos maiores, dos ''adultos''.

Abraço*-*
Saudades.

p.s: E esses comentários ai de cima?! O_o

Unknown disse...

Tempinho que não venho aqui...
É sempre bom sentir a verdade de tuas palavras... encontrar vida em teu texto, te perceber cada vez melhor, mais consciente do bom trabalho à se realizar, te acompanhar em alguns passos de dança, te ver sorrir, enrriquecer cada vez mais, evoluir...
Parabéns, por tudo! :)

Anônimo disse...

Esse novo ciclo me leva a perplexidade as vezes... Quando pequenos imaginamos e planejamos muitas coisas, mas a medida que chegamos a maioridade esses planos vão sumindo, até ao ponto de se transformerem em mera tolice.
Bom começo de ciclo para nós ;)

Abraço forte.

Anônimo disse...

Soh posso dizer k vc eh interessante...rsrsr

Ateh agora a pouco eu tava triste {e continuo}, mas kando comecei a ler este post, me senti brilhante e mesmo assim ainda to triste...

ßJ§