domingo, 23 de agosto de 2009

Adieu

O câncer dilacera pouco a pouco.
É uma armadilha cruel do tempo. O Tempo que é traiçoeiro e passageiro.
Abrimos as pálpebras e tudo muda tão de repente, tão arduamente.
A enfermidade depreciou progressivamente.
Mas, não tirou o exemplo, a força, a fé.
Ensinou que a cada abismo há sempre uma fresta firme de sapiência, a quem estava doente e a quem observou com lamento.
O inesperado sempre nos mostra o quanto estamos vulneráveis e o quanto temos a aprender.
Foi doloroso ver o seu estado e comparar com as memórias do recente passado. Contudo também foi de um grande louvor ver a esperança renovada naquele olhar dificultado pelo tumor, naquelas palavras vibrantes e iluminadas ditas com dificuldade imposta pelas chagas.
Mais de um ano de luta. Daqui para frente é o Luto pelo Adeus repentino.
As imagens que guardarei são daquele perfil de patriarca, daquela solidariedade, daquela enorme serenidade. Guardarei também, é verdade, a certeza de que poderia ter feito um mínimo de mais, que talvez fui inocentemente egoísta.
E as suas palavras ecoarão como um grande hino em meu consciente.
Descanse em paz, Grande Tio.

2 comentários:

Eduarda Ramos disse...

owwn :/

... disse...

Own :/ ²
Teu lamento virou poesia
:D