(Dedicado, também, à Analice Croccia)
É da graça de ter alguém que você possa parar na beira da calçada e olhar indo de costas ponte adentro, acima, abaixo, envolto pelas margens do canal-rio, pela fachada do São Luiz, pelos ônibus, pelas pessoas, pela algazarra suave da noite, pelo cansaço vibrante da lua que logo mais tem de virar sol. É essa graça de estar intacto na beira da calçada, com o olhos focados naquele corpo-alma celestial, tendo a certeza de que vai virar umas quatro, cinco, tantas vezes na geometria-percurso da ponte, sorrir, balbuciar palavras de longe e responder aos corações formados com os braços na cabeça ou com as mãos na altura do peito.
É da bênção de ter um sorriso para beijar. É da sorte de ter alguém que o desperte da sonolência interminável das manhãs para que seu dia possa começar. É do estado de paz imensurável que se sente quando unido: por um olhar, um sorriso, um toque, um abraço, o mundo parece estar em suspensão. É da dádiva de ter fotografias pulsando dentro do peito. A inefável arte de fotogr-amar.
Alegria seria pouco. Essa graça-bênção-sorte-estado-dádiva só poderia ser Felicidade.