segunda-feira, 9 de março de 2009

Singularidade Feminina.

"Este é um mundo masculino! Mas, ele não seria nada sem as mulheres"
Se olharmos para a história de nossas civilizações, vemos claramente o quanto elas, seja através de atos sensíveis ou mais fortes, pela atuação política ou mesmo pela expressão da sexualidade, sempre foram essenciais para as evoluções e transcedência em que o mundo sempre permeou.
Destemidas por natureza, os seres que concebem o mundo, que em verdade dão concebimento à vida, sofreram por um tempo bem longínquo, as tentativas machistas de estarem à margem das decisões, de terem reprimidas suas inquietações, de terem ofuscadas suas vitórias e méritos. Mas sempre existiu, ao menos uma que se manteve na defensiva, que se destacou por tentar mudar os rumos da construção histórica.
São inúmeras raças e culturas. Hábitos e perfis. Ainda hoje, muitas se vêem sujeitas às imposições de culturas em nações religiosamente tradicionais. Outras se vêm sem força ao estar inerente a qualquer tipo de situação em lugares como a África. E a maioria delas ainda tem de engolir seco atrasos sociais, como receber menos pelo mesmo trabalho, ter rótulos de frágil quando não se colocam ou de puta quando usam sua arte ou corpo, quando os homens ao fazerem o mesmo são ovacionados.
O lugar que elas conquistaram é inegável, bem como sua singularidade, essência e beleza nos mais variados e amplos contextos.
Pagu, Judi Denchi, Fernanda Montenegro, Elza Soares, Christina Aguilera, Maria da Penha, Bethânia, Eliane Nascimento*, Daisy Falcão**, Cate Blanchet, Amy Winehouse, Geninha da Rosa Borges, Marisa Monte, Maysa, Edith Piaf, Lispector, Meireles, Adélia Prado, Maria Luiza Duarte***, Heloísa Helena, Dakota Faning, Abgail Breslin, Cláudia Abreu, Kate Winslet, Marion Cotillard, Marina Silva, Dercy Gonçalves, Lays Vanessa'*, Alanis, Roberta Sá, Santa Tereza de Calcutá, Joana Dark, Carla Mirela'**, Dona Ivone Lara, Furacão Elis, Crisitina Rocha'', Kátia Santos'''...são substantivos, são exemplos , são formas variadas, são visões e traços diferentes, são expressão, são arte, são mulheres!
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Legenda: Epígrafe, frase da canção "It´s a Man´s, Man´s, Man´s World" do falecido intérprete e compositor, padrinho da Soul Music, James Brown.
*Minha mãe. **, Minha grande amiga, a fim de representar as demais, atriz e professora pernambucana; ***Minha avó, falecida, de quem pego emprestado o sobrenome, mulher que enfrentou a fome e a seca nordestina, mas que sempre lutou pra educar e alimentar seus filhos; '**-Estimada amiga, onde faço representar as demais; '*: sonhadora, cantora, compositora, escritora, atriz e desenhista com quem convivo e '' e ''' são amigas-professoras, a quem faço merecida citação a fim de também representar as demais que com nobreza enfrentam árduo ofício de educar.

Em cima do Muro ( Notas Rápidas)

1) Há não muito tempo, escrevi de forma leve o que penso a respeito do Aborto. Sou contra a sua manifestação, e isso não nego. Sou contra quando me coloco no lugar daquela criança calada, abafada, presa, indefesa. Mas, o Aborto, principalmente num país como o nosso, se torna um problema de ordem sócio-econômica, pois mesmo sendo contra, tenho a consciência do que passam essas mães pobres, essas mulheres da vida humilde, que só pra elas vale e vigora a lei. Dos tantos milhões de abortos cometidos, uma grande parte é cometida por pessoas ricas, que tem dinheiro e status suficientes para ter qualquer grande médico e consultório nas mãos. E para as pessoas pobres, restam métodos medievais, como a cruel utilização de agulhas de croché.
Enfim, não estou querendo reverter a minha visão. Continuo sendo contra o aborto, e nem quero pensar sobre sua legalização, mas em determinados casos, considero a discussão insensata e insensível. Tive uma formação católica por opção, contudo nunca fui de bancar mais uma ovelha dominada, uma mente alienada pelas palavras clérigas ou imposições verbais oriundas do Vaticano. Religião deve ser apenas uma prolongação do dia-a-dia, deve ser uma ambiente onde se busca o elo de harmonia com o que se crê, sempre pensei dessa forma.
Nas últimas semanas, o aborto realizado na menina pernambucana de 9 anos de idade, que no auge da infância, abusada sexualmente pelo padrasto, findou por ficar gestante de duas crianças acabou ganhando uma notoriedade mundial. Assim que li pela primeira vez sobre o caso, concordei de imediato com o provável aborto. Como uma criança vai conceber mais duas em tais condições? E os danos ultra-psicológicos? Será que o corpo dela está pronto para isso? Era um problema a não ser discutido em público, era a dignidade de uma criança, de uma alma inocente sendo exposta.
As palavras do arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho, foram ásperas e antiquadas como imaginava. Sim, pela lei da igreja ele deve defender a vida em meio público. Concordo quando ele se refere ao aborto como um genocídio silencioso. Todavia, se tratava de uma criança violentada ao extremo. Algo que ultrapassa tradições. E daí declarar que o estupro cometido pelo meliante é um pecado "menos grave" do que o aborto cometido pela equipe médica e permitido pela responsável da menor é um dos maiores disparates do ano em curso. Me dá medo quando as pessoas querem falar por Deus. O que é pecado? Até onde as coisas estão certas ou erradas?
Só queria que ao "expulsar" alguém dos sacramentos e ministérios católicos, o velho bispo viesse a lembrar de que dentre seus mais elitizados membros e fiéis, estão mulheres que também cometem aborto às escondidas, e não por condições extremas como a pobre menina, mas por um capricho qualquer. E mais, gostaria que ele e os outros representantes de Deus( o que não quer dizer o próprio Deus ou a voz de Deus) pensassem que as pessoas buscam na igreja um local de amor, perdão e misericórdia, e não de condenações, penitência e intolerância.

2) Lembro-me perfeitamente da repugnância que tive naquela campanha eleitoral. Era 2006, tinha 14 anos, e só viria a votar em 2008, aos 16. Resido em comunidade humilde, e desde criança observava a infame tática dos políticos de saírem com sorrisos amarelos caminhando nos morros no período pré-eleitoral. É ridícula a ignorância das pessoas que ainda abrem suas portas com felicidade, e fazem questão de serem modelos gratuitos em campanhas televisivas, para demonstrar a "benevolência e disposição em estar perto do povo" que têm essa maioria politiqueira, que são verdadeiros palhaços-de-terno.
Pois bem, o fato é que um político naquela campanha de 2006 foi apertar minha mão. Pelo que me lembro só estava a apoiar um de seus pupilos de coligação. Não tenho ou tinha nada de pessoal contra tal homem, e até desconheço algum passado sujo além de erros previsíveis a quem se põe a governar uma sociedade tão conturbada. Sendo equivocado ou estúpido, só lembro bem daquele sorriso bobo vindo em minha direção. Acabar de chegar no portão de minha casa e queria apenas entrar, fugir daquela agitação. Foi então que um certo Jarbas Vasconcelos veio apertar minha mão, e logo viu que a mesma estava com o papel da campanha do tal do "Mendonçinha" amassado feito lixo, e sendo justo ou não, como um ato de protesto simplesmente não fui educado, não abri minha mão, e ele se foi em meio a pessoas, flashes e seguranças.
Mas, uma certa entrevista à Veja, chamou a atenção do país nas últimas semanas. Sim, Jarbas Vasconcelos, um Pemedebista aparentemente tradicional, que já tinha exposto suas visões acerca de nossa política suja em outros tempos, é bem verdade, mas dessa vez ele ultrapassou as expectativas, se arriscando à esquerda e se pondo a denunciar seu próprio partido. E pudemos ver até penas de Tucanos e estrelinhas vermelhas apagadas sendo soltas ao vento, feito poeira de lixo!
Depois, num pronunciamento destemido, feito um Leão do Norte, no Senado cheio, com repórteres, inimigos políticos de outros partidos e os seus "irmãos-obscuros" olhando pra ele, Jarbas se colocou a repetir tudo que disse na polêmica entrevista e a sugerir medidas ao governo Lula, que "aceita e condiz com toda a corrupção".
Não sei ao certo se as intenções dele são apenas em zelar pela honestidade e empenho em governar que foram jogados nos buracos brasilienses nas últimas decádas ou se existe as famigeradas particularidades políticas, mas o fato é que mesmo tendo sido uma atitude tardia(e muito tardia!) Jarbas faz com que levemente retirasse o meu chapéu para sua figura. Quem sabe Lula ainda me faz querer tirar o chapéu também um dia, nem que seja por efêmeros e cuidadosos segundos feito fiz para com o Seu Vasconcelos.

terça-feira, 3 de março de 2009

Pele de Dália

As baladas em sinfonia rockeira parecem delinear acerca de meus traços recentes.
É carnaval, é alegria e saudade, e apenas te toco com o olhar, te olho com desejo.
Queria que os seus braços ultrapassassem os limites da amizade, e estivessem aqui, comigo, por todas as chuvas que encontrássemos.
Enorme alívio minha alma sente ao estar perto de ti. Balbucio tua pele de dália sem malícia, talvez nem tão respeituoso, mas com um pouco da inocência que me sobra.
Para você, aparenta ser só mais um capricho, uma pirraça dessa figura antipática que quer te deixar com pensares confusos, te deixar sem saber quando é brincadeira e quando se torna sério, quando é verdadeiro, e quando começa a ficar dúbio.
Tua voz é tão doce em meus ouvidos. Mas, isso não é uma declaração de amor. Não, não é. Não sei que dimensão de amor pode ter alguém que ainda nem responde por seus atos.
É bem provável que seja paixão. E paixão é pra ser vivida no agora. Sem planos sólidos, sem quantidade exata. O amor tem gigantes dimensões. É pra vida toda. E nós gozamos da mais bela manifestação do amor, a amizade. Mas paixão, ora, paixão pra se concretizar agora, depende da vontade de dois. Se torna extremamente necessário que dois mergulhem numa harmonia que pode durar cinco minutos ou um quarto de vida.
Aí se encontra a pequena problemática platônica. Apenas um quer se jogar no jardim de infância, andar de mãos unidas sob os relâmpagos, correr nas calçadas, lamber o ar pelas ruas e respirar novos rumos de maturidade. Assim, o desejo se torna ilusão.
Nunca desejei um sim por piedade. É claro que receio o que pode mudar depois que amigos encostam suas línguas. Dane-se! Para quê ficar nesse raciocínio?! Tudo flui de maneira tão rápida, áspera, azeda, por culpa de não termos a mente voltada ao que se procede agora.
Engraçado, você me faz ser puro e clichê ao mesmo tempo. Não tenho certeza de nada, apenas queria me lançar sem medo. E por mais que seja difícil engolir respostas contrárias, gosto da tua verdade. É que, em certos momentos, o tempo me faz crê que talvez fosse você parte da calmaria que anseio, que com você poderia firmar oaristos no escuro e no claro. Você mais parece uma pintura bucólica que quer me fazer fugir da agitação e me render ao verde.
Sou grato pela gratuidade de tua amizade, e mesmo que não seja com frequencia, as horas que te vejo são excitantes, e não assoberbadas como de hábito. Pois, entrelaçado ou de mãos livres, sua presença tem sido um capítulo doce nessa jornada que só está no início.