

Durante um longo período em nosso país, onde reinam intolerância e impunidade, as pessoas idosas foram duramente esquecidas pelo Estado. Os anos 2000, chegaram como um brotar de esperança a essa significativa parcela populacional, através da implementação de políticas públicas mais eficazes e, especialmente, pela vigoração do Estatuto do Idoso.
Numa sociedade como a nossa, em que a noção de direitos se perde em meio à banalidade da justiça e que viver implica num exercício de tolerar adversidades, acaba tornando-se fundamental leis que atendam às vulneráveis minorias, como é o caso da pessoa idosa e de seu Estatuto, que além de oferecer direitos óbvios serve para minimizar e controlar o amplo desrespeito que sofrem os idosos, que não só no ambiente doméstico, são também vítimas fáceis na vida urbana através da ação de bandidos, da imprudência de certos funcionários do transporte público e da falta de valores da juventude atual, que simplesmente se esquece do amanhã e "escanteia" quem tanto já fez pelo país.
Fato é que nos últimos anos a população vem tendo cada vez mais uma maior expectativa de vida, ou seja, os jovens de hoje provavelmente chegarão facilmente à terceira idade. O lamentável é que não há por parte dos jovens, em sua maioria, uma consciência de respeito ao exercício dos direitos dos idosos, o que acarreta numa "desgarantia" ao seu próprio (e próximo) futuro.
Assim, nessa vida que é eternamente cíclica e que se procede como num "dejà-vú" diário, a nossa juventude deveria perceber a dádiva que há em ter uma bagagem de décadas na vida e respeitar as pessoas idosas enxergando nelas um digno espelho do seu amanhã.