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Educação é vida no sentido mais autêntico da palavra" Anísio Teixeira.
Educação: eis a base da normalidade, do desenvolvimento, da vida! Ao menos este deveria ser um contexto real, mas na prática nossas vistas alcançam imagens que distorcem completamente essa quase utopia.
Nesses meus 16 anos de vida, dos quais 14 gozo da formação escolar, busco arduamente a compreensão- ou melhor- o sentido sócio-real do "
Ordem e Progresso" que tremula em nossa bandeira brasileira 86.400 segundos diariamente.
Sim! Pois ao perceber que nesta nação a necessária e natural base cidadã é colocada numa margem de um rio quase inatingível, anseio em encontrar tal Ordem e expresso Progresso.
Em meu viver, quando sinto a ceteza do futuro, sei que obtenho através da educação que adquiro. Contudo, ao mesmo (e efêmero) tempo que viajo em vôos alcansáveis, flerto amargamente ao detectar aqueles que vivem à margem, cruxificados e flagelados pelo cruel sistema. São jovens, crianças que perdem a inocência, a expectativa de vida. São jovens de minha idade, mas separados por um abismo aparentemente sem possibilidade de passagem.
Ao mencionar tais jovens, lembro-me da famigerada frase que ouço desde os primórdios de minha formação: "Crianças e jovens são a esperança de futuro do país". Mas, como há futuro sem educação?! E sem falar que, neste exato momento, inúmeros frutos que deveriam florescer e representar tal esperança estão perdidos em vielas, sendo dilacerados por nosso insensível viver.
A educação é o caminho de possível amenizamento deste silêncio mortal que duramente caracteriza nossa moradia global. Se todos já sabem disto, por que não fazem algo?!
Quando nossa reflexão não encontra respostas para marmas inquietações, tendemos a querer encontrar no passado. O que teria causado a problemática na educação? Será que há 30, 40 anos as escolas eram tão desestruturadas? Professores recebiam amplos socos de ignorância? A boa educação já era algo tão restrito? Mas, a história não me deixa tudo às claras. É então que a filosofia me declara a máxima de Immanuel Kant: "
A educação é o maior e mais difícil problema imposto ao homem". Talvez... Mas como, se é a solução digna para citados problemas?!
É nesse ponto que olho ao meu redor e percebo de maneira quse palpável a tremenda inércia do povo brasileiro: isto a história me mostra claramente. Se não fôssemos cidadãos tão paralisados, é possível que tivéssemos educação propriamente dita há tempos, bem como, é evidente que nomeada inércia é herança dos que vieram antes, como profundamente gritava Elis Regina em "
Como os Nossos Pais".Porém, existe cidadania sem educação? Se cidadania é a condição de ser cidadão, obviamente existe mediante à educação. Cidadania é vida e vida é crescimento, que é reflexo da educação como, sabiamente e categoricamente, afirmou o escritor fluminense, Anísio Teixeira, em sua frase utilizada aqui como epígrafe.
É, por isso tudo, que eu surrealmente gostaria que o nosso lema nacional se personificasse em algo sensitivo, que ouvisse tal manifesto de jovem educando e pudesse atender respostas. Pois, se o próprio "Aurélio" afirma que Progresso é uma marcha para frente e que Ordem é uma disposição conveniente de meios para se obterem fins, e se minha razão compreende que o fundamental para tal marcha e obtenção de fins é um meio que alicerça o mundo denominado Educação, não "aceito" arcaico e positivista lema!
Contudo, mesmo sabendo que não é garantia a todos, sinto-me 'firme' já que a educação em minha vida está assegurando-me uma cidadania a ser exercitada e quem sabe plena...
Concluo que nossa "
Pátria mãe gentil" terá um significado racionalista de seu lema quando suas edificações tiverem como base sólida a educação. Mas essa evolução deve partir de uma junção nacional, pois educar é um ato envolvente que requer a participação ativa de todos nós.